segunda-feira, abril 16

Destaque: Camadas Jovens

O 57.º aniversário de vida do nosso clube tem-se revelado como o melhor a nivel de resultados. Quer ao nivel dos séniores, quer também, ao nivel das camadasjovens. Se os mais velhois estao a fazer uma grande figura na liga (com hipotese de chegar à uefa) os pequenos castores nao lhe ficam atras. Juniores, juvenis e iniciados tiveram excelnetes resultados até à data, surgindo agora a possibilidade de o nosso clube ter as 3 equipas jovens nos nacionais. por isso mesmo, o jornal "Norte Desportivo" dedicou uma reportagem às camadas jovens. fica aqui transcrito o trabalho do jornalista Miguel Rocha.
" O facto de as equipas de as equipas de juvenis e juniores conseguirem passar à fase seguinte do Campeonato Distrital é inédito na história do Paços de Ferreira? As duas em simultâneo é provável. Mas tenho a certeza que é inédito termos todas as equipas tão competitivas. Não dou importância quando perco, por isso, também não dou importância quando ganho. É só um mero facto. Temos ainda a equipa de iniciados que terminou em primeiro lugar do nosso campeonato na prova Nacional, ou seja, ficámos em quinto, atrás do FC Porto, Boavista, Feirense e Leixões. Não podíamos ambicionar mais.
Qual é o projecto de formação do Paços de Ferreira?
É um trabalho planeado desde há oito anos. Não é um trabalho feito na hora derivado dos resultados ou outras condicionantes. Elaborámos um plano com uma missão simples: promover a identidade e a imagem do clube. E, para isso, traçámos três objectivos. O primeiro é formar homens, o segundo é formar atletas e o terceiro, e por esta ordem, é formar campeões.
Portanto, para ser um bom atleta tem de ter primeiro educação cívica? Exactamente. Nenhum atleta consegue uma boa formação se não tiver primeiro uma formação humana eficaz seja em que área for. A formação atlética serve apenas para se criar bons jogadores, mas isso está dependente de um conjunto de circunstâncias que não podemos controlar. Ser campeões é uma questão de pormenor e não um objectivo fundamental.
Então ser campeão passa para segundo plano….
Não passa para segundo plano. No nosso trabalho do dia a dia ambicionamos isso. No nosso projecto há uma coisa fundamental que é a identidade do clube. Temos que seguir, promover e defender essa identidade para conseguirmos atingir os nossos objectivos. Temos uma identidade própria, porque agora toda a gente fala de formação, mas isso é fácil de dizer, o problema é saber como é que se forma jogadores com capacidade para entrar na primeira divisão, porque a formação é o único futuro dos clubes. Nós temos uma escola de formação e, por isso, formamos e não ensinamos ninguém a jogador futebol, como há clubes a dizer que têm uma academia de futebol. Ninguém licencia alguém a jogar futebol.
As condições disponibilizadas são as suficientes?
Temos de ter muitas mais condições. Já não temos condições para formar. Temos 400 atletas a treinar assiduamente e este sector trabalha 48 horas por semana. Por isso, temos consciência que é preciso ter melhores condições para fazer melhor do que fazemos. É preciso organizarmos muito mais e não é possível fazer melhor com as actuais condições.
Numa pequena frase, defina a equipa dos infantis, juvenis e juniores.
Os infantis são homens pequenos, atletas de futuro e futuros campeões. Nos juvenis «Um por todos e todos por um» é a expressão que mais os caracteriza. Quanto aos juniores, nunca ganharam nada. Mas poderão ter a oportunidade de ficar na história.
O principal objectivo da formação passa pelos resultados desportivos?
O resultado não é o mais importante e não pode ser uma causa da estratégia, sendo apenas uma consequência. Não devemos trabalhar em função do resultado, este é que aparece em função da formação de atletas. Este ano, mesmo que não consigamos chegar ao Nacional, os objectivos estão alcançados. Para se transmitir a identidade às pessoas, têm que se identificar e sentir o clube. A nossa estratégia foi precisamente essa. Este ano conseguimos que os nossos atletas fossem mais homens, mais atletas e mais campeões, espero eu. Hoje vê-se no grupo uma grande união”.
Os atletas pagam mensalidade?
Não. Temos dois sub-sectores na nossa escola de formação. O primeiro é a componente lúdica, que é a escola de futebol «Os Castorzinhos», que vem para cá e paga uma pequena mensalidade. Depois temos a vertente competitiva, que são todos os atletas que vêm para cá mas que são inscritos na AF Porto. Esses não pagam, todavia temos estratégias de angariação de fundos que passam pela colaboração dos pais, mas sem mensalidade obrigatória.
No ano passado houve alguns problemas no gabinete do futebol de formação. O que se passou?
Quando se trabalha com naturalidade e de forma planeada isso acontece. Sempre houve entradas e saídas. Há oito anos, fizemos uma avaliação e concluímos que o clube tinha poucas condições para fazer formação. Por isso, estabelecemos um plano, no qual a primeira época se destinaria a conseguir os recursos materiais indispensáveis à formação, como campos e balneários. No segundo ano resolvemos investir em recursos humanos, tendo convidado o actual técnico do Paredes, Rui Quinta, para reorganizar toda a formação. Fez um trabalho excepcional, sendo mesmo o grande ponto de partida. No entanto, quando falamos em formação, isso não diz respeito apenas aos atletas. Alterámos as nossas estratégias, mas nunca os nossos objectivos. O que aconteceu não foi previsível, porque foi a meio de uma época, o que nos deixou desprevenidos. As ideias que pensámos serem as melhores não eram as mesmas das pessoas que estavam a liderar o projecto em termos técnicos e, com naturalidade, saíram
JUNIORES A
Manuel Sousa, treinador dos juniores e director de prospecção do Paços de Ferreira, discorda do quadro competitivo Distrital. O técnico diz que o 1.º classificado deveria ter entrada directa no Nacional.É um dos responsáveis pelo aparecimento de jogadores jovens na equipa principal do Paços de Ferreira…A Direcção, juntamente com o departamento juvenil, entendeu que a ligação tinha que ser mais forte este ano. Tentamos encontrar talentos nas divisões secundárias, mas a Direcção entendeu virar-se para os nossos atletas, de forma a potenciar e aumentar os níveis deles, para que cheguem mais fortes ao nível sénior.
Para a próxima época poderemos ver algum júnior na equipa principal?
Penso que sim. Nesta equipa que estou a comandar, há vários jogadores que podem ser incluídos no plantel sénior do Paços na época 2007/2008. Inclusive, este ano há vários jogadores que são assiduamente chamados aos treinos com os seniores e com prestações muito boas. Tem havido bastante interesse, quer do José Mota, quer de todas as pessoas ligadas à formação, porque a ponte que existia antigamente era longa, mas com o encurtamento será possível, no futuro, conseguir melhores resultados neste aspecto.
A viagem durante a época foi fácil?
Não, apesar de em 30 jogos, termos ganho 24, empatado cinco e perdido uma vez, e marcado 100 golos e sofrido 16. É uma classificação sem mácula. O mérito é de todos os jogadores. É um grupo fantástico, com jovens que se conhecem há vários anos, mas não é justo voltar tudo à estaca zero. Depois do campeonato que fizemos, havíamos de ter entrada directa nos nacionais.
Então está contra o actual quadro competitivo?
Sim. Acho que era justo subir as duas equipas que ficam em primeiro na sua série. Mas em quatro sobe apenas uma. Por isso, a AF Porto só coloca uma equipa no Nacional e quem conhece o campeonato da segunda Divisão Nacional sabe que há equipas de valor muito inferior às do Distrital. É muito difícil chegar lá, mas depois de lá estar nunca mais sairemos
JUNIORES B
Antero Nunes, treinador dos «castores» juvenis, afirma que a invasão de empresários que assistem aos jogos da sua equipa “não é normal” e reclama mais oportunidades para os jogadores jovens nacionais.Deixaram todas as decisões para o último jogo.
Como é que foi a semana que antecedeu a partida?
Foi abordada com outra mentalidade, em que se notava alguma ansiedade no grupo e tivemos de fazer com que eles percebessem que era apenas um jogo. O trabalho já tinha sido feito e tínhamos a ganhar muita coisa, mas a perder não. Era um jogo importante, mas não era de vida ou de morte, era apenas um jogo de futebol.
Para conseguirem só na derradeira jornada o apuramento, é sinal de que o campeonato foi difícil?
Foi um campeonato atípico. Começámos mal, porque houve mudanças no departamento, mas conseguimos, devido ao trabalho de toda a equipa. Apesar de termos jogadores com grande qualidade, a vedeta desse jogo e do campeonato foi o grupo. Só perdemos dois jogos, mas empatámos muitos e isso podia condicionar muito a época.
Com que objectivo é que partem para a Fase Final?
O objectivo é garantir um lugar no Nacional. Mas qualquer equipa pode passar, porque é uma questão de pormenores. Passámos por dificuldades para chegar lá e o grupo não vai perder a oportunidade de conseguir chegar ao Nacional.
Representou, como jogador, o Paços de Ferreira. Alguma vez pensou chegar a treinador?
Foi aqui que fiz a minha formação como jogador .Voltei há um ano para cumprir o sonho de treinar o meu clube do coração. Comecei num clube amador e nunca pensei chegar aqui, embora toda a gente saiba que o meu sonho sempre foi treinar o Paços, independentemente do escalão~.
Já teve conhecimento do facto de empresários assistirem aos jogos da sua equipa?
Sim, houve empresários a assistir aos jogos dos juvenis , o que não é muito normal. Temos matéria humana, mas é preciso que a transição se faça bem, porque o Paços é dos clubes que vende mais jogadores da formação.~
Como é que vê essa invasão de empresários?
O dinheiro está a escassear e a aposta na formação e a única solução. Há clubes a irem buscar jogadores ao estrangeiro, principalmente ao Brasil, que têm a sua qualidade, mas a única diferença é a oportunidade.-
JUNIORES C
Aprígio Santos já conta com oito anos à frente da equipa de infantis e este ano orienta jogadores que têm de fazer 30 quilómetros diários apenas para treinar.
O treinador dos infantis tem um papel fundamental no percurso de um jogador…
Sim. Somos nós que iniciamos o percurso e que damos as primeiras noções para que amanhã consigam chegar ao topo.
Como é que se explica a um miúdo de 10 anos que não vai jogar?
É difícil, principalmente na pré-época. Conversamos com eles e quem quiser fazer parte do grupo terá de entender que não pode jogar sempre. Quem não se sentir capaz de jogar menos vezes, nunca será opção.
Já se sentiu pressionado por algum pai por não colocar o filho a jogar?
Não me posso queixar disso. Nunca me senti pressionado por qualquer pai.
O nome Paços de Ferreira é um chamariz para os miúdos?
A nível de infantis, a política do Paços não passa por ir buscar algum jogador a nenhum clube. Trabalhamos com o que aparece.
Na equipa há muitos jogadores fora do concelho?
Temos meninos que fazem 30 quilómetros por dia só para virem treinar. Isto tem aumentado ao longo do tempo, porque quando cá cheguei só havia miúdos do concelho. Agora, aparecem miúdos que até jogam noutros clubes, mas com interesse de conviver connosco, chegando mesmo a perguntar quais as condições do clube.

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